Era uma vez, uns pequenos e elegantes barcos, construidos em madeira, que abasteciam o Porto Santo de tudo o que este necessitava, e transportavam para a Madeira o que a ilha produzia
Tripulados por gente audaz, estas embarcações marcam uma época, ja esquecida por muitos e desconhecida pelos mais novos, em que o transporte maritimo não era facil como nos dias de hoje.
Não havia motores, nem gruas , não havia os meios de navegação nem a segurança de meios de busca e salvamento disponíveis nos dias que correm.
Apesar disso, os valentes marinheiros faziam-se ao mar, em condições por vezes dificeis, com ventos e mar que faziam temer o pior.
Sem porto e com uma baía protegida dos ventos de norte, mas muito exposta aos ventos de sul, frequentemente vinha o "tempo de sul" e tinham que varar os barcos á pressa para não correr o risco dos mesmos encalharem.
Maiores ou mais pequenos todos tinham o mesmo design, com duas proas com forma ogival, com quilha, roda de proa e cadaste, e tabuado do forro liso. Eram barcos com convês corrido, com uma escotilha elevada ao centro, a vulgarmente chamada "camara" onde de abrigavam os passageiros, um mastro á proa, onde originalmente armavam uma vela carangueja. e mais recentemente um pau de carga onde, com o auxilio do molinete da proa, que tambem era usado para recolher a amarra, se fazia a carga e descarga de mercadorias mais leves.
Com a introdução dos motores, as viagens tornaram-se mais rápidas, rondando as 4 ou 5 horas em condições de bom tempo. Cheguei a fazer algumas no meu tempo de estudante e foram , umas boas, outras más mas todas recordo com um pouco de nostalgia.
Na decada de oitenta foram feitas algumas alterações ao design original, com a construção, primeiro ,do "Devoto Santissimo" e depois do "Arriaga" e com a introdução de casa de leme nos dois restantes. "Maria Cristina" e Cruz Santa".
Infelizmente o tempo de nada se compadece e em poucos anos esses lindos barcos desapareceram.
Foi construida uma réplica do "Maria Cristina", que durante algum tempo operou do mercado turistico, mas foi enviado para o Caniçal onde aos poucos está a degredar-se.
Ficaram as memorias, as histórias de que lá trabalhou, e algumas fotos. Na minha opinião as autoridades competendes deveriam criar um nucleo museulogico onde podesse ser exposto todo o historial destes BARCOS que tão importantes foram para as gentes do Porto Santo.
Tripulados por gente audaz, estas embarcações marcam uma época, ja esquecida por muitos e desconhecida pelos mais novos, em que o transporte maritimo não era facil como nos dias de hoje.
Não havia motores, nem gruas , não havia os meios de navegação nem a segurança de meios de busca e salvamento disponíveis nos dias que correm.
Apesar disso, os valentes marinheiros faziam-se ao mar, em condições por vezes dificeis, com ventos e mar que faziam temer o pior.
Sem porto e com uma baía protegida dos ventos de norte, mas muito exposta aos ventos de sul, frequentemente vinha o "tempo de sul" e tinham que varar os barcos á pressa para não correr o risco dos mesmos encalharem.
Maiores ou mais pequenos todos tinham o mesmo design, com duas proas com forma ogival, com quilha, roda de proa e cadaste, e tabuado do forro liso. Eram barcos com convês corrido, com uma escotilha elevada ao centro, a vulgarmente chamada "camara" onde de abrigavam os passageiros, um mastro á proa, onde originalmente armavam uma vela carangueja. e mais recentemente um pau de carga onde, com o auxilio do molinete da proa, que tambem era usado para recolher a amarra, se fazia a carga e descarga de mercadorias mais leves.
Com a introdução dos motores, as viagens tornaram-se mais rápidas, rondando as 4 ou 5 horas em condições de bom tempo. Cheguei a fazer algumas no meu tempo de estudante e foram , umas boas, outras más mas todas recordo com um pouco de nostalgia.
Na decada de oitenta foram feitas algumas alterações ao design original, com a construção, primeiro ,do "Devoto Santissimo" e depois do "Arriaga" e com a introdução de casa de leme nos dois restantes. "Maria Cristina" e Cruz Santa".
Infelizmente o tempo de nada se compadece e em poucos anos esses lindos barcos desapareceram.
Foi construida uma réplica do "Maria Cristina", que durante algum tempo operou do mercado turistico, mas foi enviado para o Caniçal onde aos poucos está a degredar-se.
Réplica do "Maria Cristina" |
Ficaram as memorias, as histórias de que lá trabalhou, e algumas fotos. Na minha opinião as autoridades competendes deveriam criar um nucleo museulogico onde podesse ser exposto todo o historial destes BARCOS que tão importantes foram para as gentes do Porto Santo.
Se alguém se achar no direito de reclamar a autoria de algumas das fotos por favor contacte-me que eu as retirarei, o que seria uma perda para a informação deste post.
Texto: Elvio Leão
Lembro-me de ir esperar a chegada do ARRIAGA ao cais Regional, de o barco vir muito carregado, os passageiros por cima da carga de convés, uvas do Porto Santo por todos os cantos...
ResponderEliminarPois, eu viajei muito em cima da carga, e de verão era uma viagem muito agradável. Tempos difíceis que já la vão. Obrigado por comentar.
ResponderEliminarAbraço