quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um tipo de navio ideal para a ligação com as ilhas.???

Aproveitando a dica do Sr. Victor do meu post  Funchalense 5 á noite  acho que a  ligação regular de navios porta-contentores , entre o continente português e as ilhas, apesar de muito bem servidas, poderiam ser substancialmente melhoradas se, existisse um tipo de navio que fizesse o transporte conjunto de. contentores por via convencional, transporte de cargas roladas por via rol-on rol-off, e transporte de passageiros. É algo que existe em muitos lados do mundo e seria interessante um navio com estas características a operar entre o continente e os arquipélagos. Alem da sua polivalência era uma mais valia neste segmento de transporte, alem da rapidez na descarga de automóveis e veículos pesados, poderia implementar uma nova dinâmica ao transporte de mercadoria refrigerada e congelada, em trailers, sendo um verdadeiro transporte multimodal. O mesmo poderia funcionar em complemento com os ferries. Deixo alguns exemplos de navios com esta tipologia.


© : Manuel Hernandez Lafuente

Este é um navio que peca pela sua pouca velocidade . 14.9 em velocidade de cruzeiro mas um similar com velocidade na ordem dos 20 ou 22 nós poderia ser uma boa solução.






©  :Juersen Braker




© Alec Sansen





© Frans Sanderse


10 comentários:

  1. Há muitos anos que os italianos, franceses ou holandeses usam navios mistos para as suas ilhas (incluindo Caraíbas) mas nós como somos um povo sempre "páfrentex" andámos anos e anos a achar que os outros é que estavam errados. O "Bencomo" e o "Bentago" da Fred Olsen que faziam a linha Norte da Europa-Madeira-Canárias nos anos 80 já traziam automóveis nos seus porões que eram descarregados no terminal norte do Porto do Funchal por rampas laterais. Tive um vizinho emigrado em Inglaterra que trouxe o seu carro de lá num desses navios, carro esse devidamente carregado e descarregado por uma rampa lateral, aliás o navio tinha 2 rampas laterais! Eu própio fui com ele buscar o carro ao porto e vi!
    Quero "agradecer" aos armadores portugueses por ao longo de muitos anos serem em grande parte responsáveis por carros meus e de minha familia quando encomendados novos chegarem às nossas mãos já com trabalhos de bate-chapa e pintura principalmente nas zonas dos para-lamas onde muitas vezes os cabos usados para carregar/descarregar os automóveis faziam o seu estrago.

    P.S.- Foto dos tais "Bencomo" e "Bentago" onde se podem ver as tais rampas laterais também usadas para carregar paletes de banana, tomate e outros produtos de exportação canarianos para a Europa:

    http://4.bp.blogspot.com/_nCHOirDkTxQ/S3CA3hgbDvI/AAAAAAAABCw/wHNY4Iv_qRU/s1600-h/bentaiga+1.bmp

    Nota: Link da foto é do http://escoben.blogspot.pt/

    P.S.2 - É verdade a Portline chegou a ter para a Madeira o Ro-Ro "Cidade de Funchal" que começou a concorrer com preços de frete abaixo dos portacontentores da concorrência mas a evolução e desfecho dessa históra já é por demais conhecida.

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  2. Boas.
    1.Os armadores não têm culpa das avarias provocadas nas viaturas ou outro tipo de cargas, são acidentes que acontecem como em qualquer lado. Na atualidade já não são tão frequentes devido também aos diferentes aparelhos usados.
    2.Infelizmente a marinha de comercio Portuguesa parou a evolução logo após o 25 de Abril,passamos de uma marinha cheia de navios e armadores para alguns navios e alguns armadores. Os sucessivos governos em nada contribuíram para o desenvolvimento da nossa marinha, enquanto noutros países recebem subsídios nomeadamente no principio da continuidade territorial, aqui nada se faz, consequentemente, e eu se fosse armador fazia o mesmo, os armadores fazem o menor investimento possível na aquisição ou construção de navios, e sabemos que um navio porta-contentores normal é muitissimo mais barato que um para passageiros e com capacidade rol-on rol-off. Daí também o facto de Portugal ser o único país da Europa sem ligações ferry com os arquipélagos, isso sim muito em culpa das decisões governamentais que em nada abonam esse tipo de ligações, e acho que um navio polivalente, como estamos a falar poderia substituir muito bem um ferry sobretudo na época baixa. Infelizmente e mais uma vez digo, estamos num país de costas viradas para o mar. Veja-se o exemplo da Sacor Maritima que acha mais conveniente estar a operar com navios estrangeiros que ter frota própria.Isto entre outros. Há que haver incentivos da parte do governo em apoiar essas iniciativas, mas nada, a marinha de comercio em Portugal é algo que poderia ser uma grande fonte de receita e geradora de emprego, mas a verdade é que não há o mínimo interesse do governo.
    Não se pode culpar os armadores, alguns poderão não ter grande vontade em investir, mas os que têm até são travados de o fazer.
    Cumprimentos
    Elvio

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  3. Quanto ao "Cidade de Funchal", sabemos que na altura não havia nos portos rampas ro-ro e que a rampa lateral do navio não trabalhava com todas as marés, pelo que influenciava em muito a operação, e que foi a Portline que o substituiu creio que pelo Diogo Bernardes, salvo erro, para o enviar para as Caraíbas, numa operação muito mais lucrativa. Alem disso o "Cidade de Funchal" tinha um problema , era muito "dancarino" pelo que debaixo de mau tempo chegou a perder contentores em viagem para o Funchal muito pelo facto da sua baixa velocidade e falta de estabilizadores, alem de andar sempre com o centro de gravidade muito alto.

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  4. Citando Elvio: "1.Os armadores não têm culpa das avarias provocadas nas viaturas ou outro tipo de cargas, são acidentes que acontecem como em qualquer lado. Na atualidade já não são tão frequentes devido também aos diferentes aparelhos usados."

    Elvio, eu referia-me a danos provocados pelos cabos nas operações de carregamento/descarregamento sendo que no Porto do Caniçal há tempos que se usam umas placas de ferro onde assentam os pneus e mantêm os cabos afastados dos automóveis. O mesmo não sei se já acontece em Leixões e Lisboa. Depois existem ainda os movimentos pendulares que qualquer carga presa por cabos sofre e não era raro carros e até camiões baterem uns nos outros mesmo ao lado quando já estavam suspensos pelos cabos. Se o método de Ro-Ro fosse usado já nada disto acontecia. E para quem tem dúvidas do que eu estava a dizer (como se muitos de vcs não tivessem já passado horas e horas a ver descarregar os automóveis pelo tal sistema de cabos), eis um videozito que encontrei há pouco. É em Leixões, já tem uns anos mas até assusta. Vejam principalmente a partir do minuto 4:20.
    http://www.youtube.com/watch?v=5d4P1oIJNKA&feature=plcp
    Dispesa comentários.

    Sim eu sei que um portacontentores tem outro custo por contentor ou m3 de carga mas as operações de carga/descarga também contam e quem paga isso no fim é o consumidor. Carga rodada devia ir sempre em Ro-Ro. Sempre! É como eu digo, se o estado não pode auxiliar e incentivar mais financeiramente e estamos todos em crise, só espero que apareça um milionário com tendências masoquistas movido por uma causa maior qualquer e que nos acuda, não só na recuperação do sistema Ro-Ro como no transporte de passageiros por via maritima para o exterior da região. É que por acaso já tive familiares há anos atrás que tiveram que estar meses no continente após serem operados porque não podiam andar de avião aliás os médicos não autorizavam.
    Este país tem de aprender muito com os holandeses, dinamarqueses etc. É possivel montar uma economia assente na prestação de serviços na área maritima. Portugal tem todas as condições para isso. Falta dinheiro, cabeça... e um milagre ou dois.

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  5. Elvio, aquilo que diz sobre a nossa marinha mercante, o que já foi e o que é agora, é realmente verdade e o caso da Sacor Maritima é triste (Nem vou falar da Soponata...). Também é verdade que já tivemos colónias e agora não as temos. A TAP também no tempo das colónias tinha jumbos e agora não os tem. E por aí adiante. Em relação aos subsidios é preciso tomar cuidado, pois veja-se o caso de Espanha que andava a subsidiar e bem a construção de novos ferrys, para gaudio de ARMAS, Balearia, etc mas depois os holandeses fizeram queixa na UE e a coisa deu pró torto para o lado da Espanha. Parou tudo! A Espanha estava habituada a ter muita coisa "de graça" que agora vai deixar de ter. Não falo só de subsidios para construções navais, subsidios nas passagens de ferrys ou avião para residentes ou nacionais mas também de medicamentos de graça para idosos e outras benesses no sistema de saúde e segurança social bem acima das que nós tinhamos e por isso penso que a dôr daquele lado neste momento deve ser muito grande. Quanto mais alto maior a queda, já dizia o dito popular.

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  6. Pois, eu tenho uma opinião ligeiramente diferente. Acho que o governo deveria adquirir dois navios ferry, um para a Madeira e outro para os Açores, com características ropax,e abrir concurso europeu para a exploração dos mesmos por períodos de 5 anos máximo. Os navios nunca pagariam taxas portuárias nos portos em que escalassem e teria obrigações de serviço publico. Se o governo faz autoestradas, de tem companhias de caminho de ferro e autocarros, assim como barcos para a travessia do Tejo, alem de uma companhia de aviação que ganha milhões e gasta 2 vezes mais que ganha, porque não haveria de ter um serviço destes para servir o povo ilhéu? Ou será que somos diferentes? A unica estrada que liga as ilhas ao continente são os navios. Como tal e voltando ao mesmo principio da continuidade territorial que está na constituição, até os produtos considerados essenciais deveriam ter o transporte subsidiado tendo como padrão o custo por km em estrada no continente. É a minha opinião, respeito todas as outras mas é a minha e quanto á crise não me fale dela, quando se atribui subsídios a n instituições e ao desporto profissional, em valores que nem vale a pena dizer, não vale a pena sequer falar em crise.
    abraço
    Elvio

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  7. Elvio, companhias de caminhos de ferro e autocarros tipo CP e Carris essas realmente são crónicos poços sem fundo e recordistas dos prejuízos mas a TAP às vezes dá lucro. hehehe

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  8. O meu comentário sobre esta temática poderá ser lido em http://farinha-ferry.blogspot.pt/2012/08/ferrys-em-portugal-e-na-turquia.html
    Bom fim de semana!

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  9. As companhias de caminhos de ferro, são sim sr. poços sem fundo, a Tap não fica em nada atrás, o Eng Mira Amaral pôs a Tap a zeros de passivo e agora tem mil milhões de euros em passivo. Mas são empresas publicas. Não admira. Não é isso que proponho.Os navios seriam sempre do estado, mas com serviço concessionado a privados, pois são estes que sabem gerir e dar lucro. Digo um máximo de 5 anos, claro que renováveis para se não funcionar bem com um pode-se sempre mudar. Os privados saberiam por certo levar isto a bom porto. Se fosse uma empresa publica, já se sabe o desfecho.
    Abraço

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